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45 anos de Liberdade assinalados com intervenções políticas, poesia e música de intervenção

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O Município de Oleiros comemorou os 45 anos do 25 de abril, com uma plateia repleta numa noite em que se reclamou a liberdade de diferentes formas. A mensagem do poder local foi clara: passados 45 anos há ainda um longo caminho a percorrer e muitas desigualdades territoriais para colmatar.

O içar da bandeira ao som da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Oleiros abriu as solenidades, seguindo-se as intervenções políticas por parte dos representantes dos grupos políticos com assento na Assembleia Municipal e também do Presidente da Câmara Municipal de Oleiros.

O momento de discursos foi aberto por Regina Fernandes, Presidente da Junta de Freguesia Estreito-Vilar Barroco (pelo Partido Social Democrata) e como sublinhou, mulher, mãe e autarca, com oportunidade de se expressar publicamente, uma das conquistas de Abril.

No entanto, passados 45 anos, os desafios são diferentes, centrando-se na preservação do “meio ambiente e do património, prevenir catástrofes e acidentes, criar e educar os nossos filhos, cuidar dos mais velhos, tentar evitar a desertificação do nosso território e manter a liberdade, uma missão cada vez mais difícil”, considerou, falando ainda das assimetrias entre o litoral e o interior e deixando também um agradecimento a todos os que, ao longo destes 45 anos, têm contribuído para que viver seja possível com democracia.

Fernando Dias, do partido Nós, Cidadãos!, começou por reforçar a ideia de que a liberdade conquistada “não caiu do céu, muitos lutaram por ela”. Com esta conquista acentuou-se um problema para o qual não há ainda remédio, ou seja a desertificação de uma grande fatia do território chamado de interior.

“Em Oleiros temos melhores escolas mas quase sem alunos, serviços públicos modernos, mas com menos utentes, localidades com mais acessos mas com ruas desertas, lojas vazias e cada vez mais casas fechadas”, ilustrou, deixando no ar várias questões, nomeadamente, “porque é que somos cada vez menos se aqui temos, como julgamos, uma boa qualidade de vida.

O que nos falta? E como podemos consegui-lo?”. A finalizar, Fernando Jorge, Presidente da Câmara Municipal de Oleiros lembrou que “não há 25 de Abril quando municípios como o de Oleiros, que abastece de água a grande Lisboa, a paga mais cara que os munícipes dessa zona, que paga a taxa do lixo cinco a seis vezes mais cara que Lisboa, e não há 25 de Abril enquanto municípios como o de Oleiros não beneficiarem das mesmas regalias, de descontos na mobilidade e das mesmas prorrogativas como os municípios de Lisboa e arredores”, exemplificou.

Para o autarca, “esta desigualdade teve o seu auge na injustiça que foi feita a uma família deste concelho”, disse, lembrando a decisão do Governo em não indemnizar a família do trabalhador que morreu a combater o incêndio de 7 de outubro de 2017. “É por isso que estamos a processar o estado, para que se faça o 25 de Abril e para que ele seja para todos!”.

A esta sessão seguiu-se um momento de poesia com Filomena Pedroso e a atuação do grupo de professores da Academia de Música de Coimbra com a participação dos alunos do Atelier Musical e do grupo Academia com Vida de Oleiros (Universidade Sénior de Oleiros). Pôde ouvir-se música de intervenção – Zeca Afonso, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho, entre outros – e relembrar a importância da música para os passos dados a 25 de abril de 1974.

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