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Ateliê do Azeite encerra com chave d´ouro a iniciativa Dez Freguesias, Dez Experiências

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Realizou-se no passado sábado, dia 7 de dezembro, na freguesia de Sobral, o décimo ateliê temático de cultura e gastronomia da iniciativa Dez Freguesias Dez experiências. Dedicado ao “ouro da terra”, este último ateliê não podia ter encerrado da melhor maneira o périplo pelas freguesias que o Município de Oleiros iniciou há dois anos, promovendo e divulgando o seu património. No final, mais de uma centena de participantes puderam ficar a conhecer um pouco esta freguesia.

A jornada iniciou-se com um passeio interpretativo onde não faltaram experiências, degustações, a visita a um antigo lagar tradicional de varas com tração animal e a uma exploração agro-silvo-pastoril – concretamente, a uma plantação exemplar numa extensa área de olival da variedade galega. Neste local o sócio-gerente da Casa Fernandes, João Marques, explicou alguns aspetos técnicos e produtivos associados à cultura, realçando o potencial da variedade, explicando a melhor forma de a conduzir e todas as vantagens competitivas daquele produto local.

Tendo como guia local Gonçalo Barata, da União Regional da Freguesia de Sobral (URFS), o itinerário contemplou aspetos histórico-culturais do Sobral, como a existência da antiga Matriz da qual apenas resta a torre sineira, o quadro exterior de S. João Baptista, a atual Matriz, a escola antiga de Sobral de Cima, a Lenda de S. João (abordada no “cabecinho de S. João”), ou a importância da Casa Fernandes para o fomento industrial (ligado ao setor da resina) e agro-florestal do território, valorizando-o do ponto de vista socioeconómico, entre outros tópicos que foi abordando.

Em terras de azeite e de abundância de água, sendo a freguesia limitada a norte pelos Meandros do Zêzere, Joana de Castro Rodrigues, do Geopark Naturtejo realçou ainda a importância do xisto para a cultura da oliveira, não só no que se refere ao solo (permitindo uma melhor acumulação de água e temperatura) mas também na constituição das banquetas em xisto – património emblemático desta região.

A geóloga fez a sua explicação junto de um antigo lagar de varas movido com a força da água da ribeira, nas imediações do qual existem várias cascatas de singular beleza. Dali o grupo partiu para um olival, já nas imediações do Sobral, onde teve lugar uma recriação de uma tradicional apanha da azeitona do séc. XIX, a cargo da Companhia de teatro Viv´Arte e onde não faltaram as danças de roda, nas quais os participantes podiam entrar.

Chegado ao Sobral, o grupo pode visitar o lagar da Casa Fernandes, em plena laboração, assistindo – desde a receção e transporte da azeitona por métodos inovadores ao processo de obtenção do azeite pelo método tradicional – através de prensas de capachos e na presença de um mestre lagareiro.

Neste local o grupo pode ainda participar numa prova de azeite, distinguindo entre o azeite novo e o da campanha anterior. Este momento serviu de aperitivo para o almoço, num dia solarengo, o qual teve lugar no Largo de Festas de Sobral. Ali foi servida uma tradicional e muito bem confecionada Tiborna que foi do agrado de todos. Como sobremesa, para além da tigelada, os participantes foram ainda brindados com o “Sobralinho”, um pastel criado pela URFS em jeito de comemoração pelo seu 60.º aniversário e o qual tem como ingredientes o medronho ou a gila.

No final, todos consideraram a experiência muito enriquecedora. A organização deste ateliê de cultura e gastronomia esteve a cargo do Município de Oleiros e da Junta de Freguesia de Sobral, tendo contado com o apoio do Geopark Naturtejo, da União Regionalista da Freguesia de Sobral e dos Bombeiros Voluntários de Oleiros.

Este décimo ateliê encerrou assim com o ouro do azeite o ciclo de experiências promovidas pelo Município nas freguesias do concelho e no qual ao longo dos dois últimos anos foram revelados e realçados ativos naturais-paisagísticos e histórico-culturais do território, valorizando os seus recursos endógenos.

Esta ação municipal intitulada “Dez Freguesias, Dez Experiências” integra o projeto intermunicipal “Beira Baixa Cultural”, promovido por aquela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu/Portugal 2020.

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