Realizou-se no passado sábado, dia 24 de fevereiro, na freguesia de Mosteiro, o Ateliê do Fumeiro e das Sopas. Inserido na iniciativa “Dez Freguesias, Dez Experiências”, este foi um dos ateliês temáticos que está a ser promovido pelo Município de Oleiros.
Com a participação de 170 pessoas e um envolvimento notável por parte da Junta de Freguesia, associações e da comunidade local, a ação foi bastante apreciada por todos e veio valorizar o património daquela freguesia, tanto ao nível cultural como gastronómico.
As experiências oferecidas ao longo da atividade foram uma constante, fruto de uma organização de excelência.
O ateliê iniciou-se de manhã cedo, em Vale do Souto, com uma visita ao Museu, contemplando a passagem por uma “cozinha de cabouco”.
Nesta era possível assistir à elaboração ao vivo de enchidos e ficar a perceber um pouco melhor o processo que está na origem do fumeiro tradicional.
Os participantes puderam ainda degustá-los numa degustação, onde nem o “café de chocolateira” faltou.
Durante o percurso houve ainda a passagem por uma adega típica, na qual os participantes puderam provar uma fritada (também conhecida por “frigenata”) e o vinho Callum. Ali foi explicado que este provém de uma casta autóctone cujas técnicas de viticultura remontam à Idade Média e consta que foram introduzidas pelos monges da Ordem de Malta.
Nesse local houve a recriação de um monge a atar videiras caluas e mais à frente, um outro cuidava dos terrenos agrícolas, bastante abundantes por aquelas paragens.
A encabeçar o grupo, um guia local conhecedor do território e das suas tradições ia chamando a atenção para os aspetos mais significativos do percurso.
À passagem pela ribeira, duas mulheres estavam a lavar as tripas do porco e a chegar ao Mosteiro, os participantes puderam ainda visitar um forno a lenha situado num fumeiro tradicional com vários produtos expostos.
Ali puderam degustar e adquirir broas e pães com chouriço acabados de fazer.
Chegados ao Adro da Igreja Matriz, os caminhantes, agora tratados como “peregrinos de Santiago”, foram acolhidos pela Ordem de Malta.
O grupo de teatro Viv´Arte fez ali uma recriação histórica muito apreciada por todos, a qual realçou a ligação da freguesia àquela ordem militar religiosa.
Um monge local ia preparando a sopa e quando esta ficou pronta, partiram todos em cortejo ordenado até ao local do almoço, levando consigo a panela de ferro com a dita iguaria.
Da ementa constavam três variedades de sopas e um tradicional cozido da matança, os quais aconchegaram os “peregrinos” presentes que dali partiram para Santiago de Compostela.
Em terra de Sopas Tradicionais e malteses, este foi um evento a registar, realçando o empenho e dedicação de uma organização da qual fizeram parte, para além do Município e da Junta de Freguesia de Mosteiro, a Associação Recreativa e Cultural de Vale do Souto (ARCVASO) e o Grupo Maltez Desportivo do Mosteiro.
O próximo ateliê está já agendado para o dia 31 de março, na freguesia de Oleiros-Amieira e irá privilegiar o Vinho Callum e o Mel.
Os interessados podem inscrever-se na Casa da Cultura de Oleiros, presencialmente ou por telefone (272 680 230), até ao dia 23 de março.
Recorde-se que a iniciativa se desenvolve nos próximos dois anos e integra o projeto Beira Baixa Cultural, promovido pela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu / Portugal 2020.