O Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, juntamente com os congéneres de Castelo Branco e Proença-a-Nova, dirigiu uma carta ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro, a alguns Ministros e Secretários de Estado*, a relembrar os extensos danos sofridos pelos concelhos na sequência do incêndio que devastou parte destes concelhos entre os passados dias 13 e 16 de setembro.
Na carta, que se transcreve de seguida, os autarcas alertaram para as medidas e apoios urgentes que é preciso tomar na sequência daquele que foi considerado o maior incêndio florestal da Europa no presente ano.
“Excelência,
Os nossos respeitosos cumprimentos.
Como é do conhecimento de V. Exª, os nossos Concelhos de Castelo Branco, Proença-a-Nova e Oleiros sofreram um incêndio devastador nos dias 13, 14,15 e 16 de setembro, tendo sido considerado o maior fogo deste ano na Europa.
Neste incêndio, muitos habitantes que praticavam uma agricultura de subsistência, perderam as suas hortas, pomares, vinhas e os alimentos de animais domésticos.
Quanto às habitações não arderam casas de primeira habilitação, embora várias sofressem significativos danos, quer a nível de janelas, portas e telhados bem como fachadas. Arderam sim, vários anexos agrícolas (palheiros, anexos de habitações, alfaias agrícolas, vedações, canos para rega…)
Existem vários munícipes com necessidade de apoio social e psicológico, apoios esses que têm estado a ser dado por equipas dos Municípios.
Acrescem a destruição de muitas infraestruturas municipais, desde estradas a sinalética.
Com as chuvas, uma grande quantidade de carvão vai correr para as barragens que abastecem imensas povoações incluindo Lisboa, havendo ainda o perigo de derrocadas que se não se atuar para as evitar vão acontecer imensos acidentes.
Para tudo isto são necessárias verbas que os Municípios atingidos não possuem e esperam a solidariedade do Governo Central para minimizar todos estes enormes prejuízos.
Medidas já anteriormente tomadas noutros incêndios podiam ser uma ajuda para as populações e Municípios donde destaco:
1. Um apoio simplificado à reposição do potencial agrícola até 5 mil euros por proprietário.
2. Bonificar a madeira ardida
3. Isentar o IRS aos proprietários que vão ser obrigados a vender a madeira, ou permitir que as verbas recebidas da madeira ardida possa ser incluída no IRS em vários anos (sugerindo 10 anos).
4. Um apoio para a replantação de medronheiros (considerados como corta fogo, mas que também arderam) e apoio para as vedações ardidas.
5. Uma ligação viária entre Castelo Branco e Oleiros, permitindo assim reduzir os custos das matérias-primas produzidas no Concelho de Oleiros, diminuindo a distância em cerca de 20 Km e ajudando a combater o despovoamento.
6. Apoio quer através da APA quer da CCDR-C ou mesmo do Ministério competente, para repor as infraestruturais agora destruídas.
Certos do bom acolhimento destes nossos pedidos,
Subscrevemo-nos com a mais elevada consideração e estima,
Os Presidentes das Câmaras de Castelo Branco, Proença-a-Nova e Oleiros”
*A carta foi enviada aos Ministros da Coesão, do Ambiente, das Infraestruturas e da Agricultura e aos Secretários de Estado das Florestas e das Autarquias Locais.