Atirar uma beata de cigarro para o chão, infelizmente, continua a ser um hábito de grande parte da população fumadora, estimando-se que esta ação ocorra mais de 7000 vezes por minuto, representando um total de aproximadamente 10 milhões de beatas lançadas ao chão por dia, apenas em Portugal. Importa mudar mentalidades e comportamentos informando a população das implicações deste gesto, inconsciente ou não.
A maioria dos filtros de cigarro contém uma parte central em acetato de celulose que está envolvido em 2 camadas de papel e/ou fibra. As fibras de acetato de celulose são mais finas que uma linha de costura e um único filtro contêm mais de 12000 dessas fibras. Ao papel do cigarro, por sua vez, são adicionados químicos para controlo da velocidade de queima, e carbonato de cálcio para branquear, em parte para criar uma cinza apelativa à medida que o cigarro queima.
Sendo um resíduo leve, facilmente é arrastada pela ação da chuva e vento, entrando nos circuitos de águas pluviais através das sarjetas/coletores urbanos ou sumidouros. A partir daqui, são direcionadas para as ribeiras e rios até ao mar, chegando aqui já em forma de microplásticos, que entram na cadeia alimentar marinha e na humana.
No sentido de lutar contra este problema ambiental, o Município de Oleiros inicia uma campanha de redução do impacto das pontas de cigarro no meio ambiente, coincidente com a entrada em vigor da aplicação de coimas (desde 3 de setembro de 2020) aos fumadores que não depositem as pontas de cigarros nos cinzeiros e se limitem a atirá-las para o chão bem como às entidades que não disponibilizem cinzeiros aos seus clientes.
Serão assim distribuídos nos próximos dias folhetos informativos à população em geral e aos estabelecimentos e entidades. O Município encontra-se a reforçar o número de cinzeiros em espaço público da sua responsabilidade.