Assinalou-se em Oleiros, no passado dia 14 de novembro, o Dia Mundial da Diabetes.
A iniciativa resultou de uma parceria entre o Município de Oleiros e a Associação de Diabéticos da Beira Baixa (ADBB), fruto do interesse demonstrado por aquela autarquia em relação à área da saúde e à temática em destaque, em particular.
Desta forma, foram desenvolvidas duas ações de sensibilização, destinadas a dois públicos distintos.
A primeira ação decorreu no Agrupamento de Escolas Padre António de Andrade, ao início da tarde e captou a atenção de cerca de uma centena de alunos e professores durante mais de uma hora.
Esta sessão foi dinamizada pelo atleta Carlos Farinha e pelo Enf.º Rui Martins, ambos pertencentes aos Órgãos Sociais da ADBB (Presidente da Direção e Relator do Conselho Fiscal, respetivamente) e teve em consideração a faixa etária dos espetadores e o efeito de “aula de motivação” que se pretendia para a temática abordada.
Foi assim projetado um filme animado com personagens reais e uma de animação: o simpático e pedagoso leão Lenny, o qual incentivou e culminou num diálogo entre os dois palestrantes e os alunos.
O balanço final desta ação “é extremamente positivo, pela atenção e participação dos alunos”, referiram os responsáveis da ADBB.
A segunda ação, a Conferência “Educar para Prevenir”, teve lugar no mesmo dia, ao final da tarde, no auditório da Casa da Cultura, em Oleiros.
Numa sessão aberta a toda a população, nela intervieram o Presidente da Câmara Municipal, Fernando Jorge, o Secretário da Direção da ADBB, Fernando Nunes, os dois palestrantes da primeira sessão e ainda Vera Dias, nutricionista que integra a Direção e o Conselho Técnico daquela recente Associação criada em março de 2017.
Recorde-se que com cerca de 60 sócios, a ADBB tem estabelecido alguns protocolos para facilitar a vida às pessoas com Diabetes.
Com o objetivo principal de chamar a atenção para esta doença, informando a população e assim, contribuir para a sua desmistificação esta foi uma sessão bastante esclarecedora, partindo do testemunho real de quem convive de perto e diretamente com a doença.
A abrir o painel, o Enf.º Rui Martins referiu que “todos somos dependentes de insulina, todos precisamos desta hormona responsável pela redução da glicémia. A forma como esta é administrada é que difere entre diabéticos e não-diabéticos”.
O orador referiu ainda que “nada é impossível, temos é todos de conversar e falar, o mito do diabético não poder comer doces não é bem assim, tem é de os saber comer”.
Rui Martins aproveitou ainda para alertar que em Portugal, os alimentos têm açúcar a mais”.
A terminar, referiu ainda que as pessoas podem andar muito tempo sem saber que têm a doença, sem reconhecer os sinais.
O segundo palestrante, Carlos Farinha, deu um testemunho de como o desporto tem sido uma parte do tratamento.
“Tento sempre que a doença vá comigo nas provas desportivas que faço, mas tomo sempre providências para que não interfira.
Tenho conseguido atingir alguns objetivos e até mesmo superá-los”, referiu ainda.
Recorde-se que o atleta e Presidente da ADBB tem sido um exemplo para muita gente e apelou à mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida, enaltecendo os efeitos benéficos de realizar caminhadas com alguma intensidade e de contrariar o sedentarismo.
O interveniente referiu ainda que “esta é uma doença escondida e que deve sempre ser conhecida das pessoas que nos rodeiam. Podemos escondê-la, mas numa situação menos boa, pode levar ao prejuízo”.
A última intervenção esteve a cargo de Vera Dias, nutricionista, a qual abordou a questão da alimentação no tratamento da Diabetes. Bastante conhecedora da temática, tendo a particularidade de para além de ser especialista na matéria, ser portadora de Diabetes tipo I, a conferencista abordou a influência da conjugação da atividade física, da alimentação e da medicação para o controlo glicémico.
Por outro lado, alertou ainda para o consumo de sal em Portugal, muito acima do recomendado, pelo que “somos o país da Europa com mais acidentes cardiovasculares”.
Nesse sentido, Vera Dias referiu que “na nossa região há uma forte tradição no uso de ervas aromáticas, as quais podem ser um trunfo importante para compensar o sal”.
Perante uma plateia atenta e interessada, esta foi uma sessão bastante esclarecedora acerca desta doença crónica.
Na ocasião foi ainda referido que “ter diabetes não é ter açúcar a mais no sangue, mas sim não ter insulina ou ter insulina insuficiente”.
No entanto, por graça, o edil referiu que “os diabéticos são, por norma, pessoas muito doces”.
Concluindo, o melhor para combater a Diabetes é a informação.
Não saber como reagir perante determinadas situações pode levar a más consequências, pelo que educar e sensibilizar é prevenir.