A 19ª Feira do Pinhal foi ontem inaugurada com a presença do Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor João Alberto Sobrinho Teixeira.
Na cerimónia oficial de abertura que decorreu no Palco Raízes, o Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Dr. Fernando Jorge deixou o mote: “fala-se de descriminação positiva mas a mim bastava-me não ser descriminado negativamente”.
Estas “regiões despovoadas deram e dão às finanças públicas, verbas que não têm tido retorno”, frisou o Presidente da Câmara. Fernando Jorge, referiu-se aos “nossos terrenos, nas margens do Zêzere, que foram alagados para haver barragens que fornecem água aos grandes centros urbanos; (…) à produção de energia, quer através das eólicas, quer da produção hídrica, que saem em grande parte destas terras; o próprio oxigénio que combate o excesso de dióxido de carbono das cidades. E o que recebe este povo? Nada”.
Em contrapartida, relembrou, “os Oleirenses pagam o metro cúbico de água mais caro do que nos grandes centros urbanos; a mesma empresa que trata o lixo e os resíduos urbanos, cobra 6 vezes mais em Oleiros do que em concelhos como o de Lisboa, e por fim, os Oleirenses não beneficiaram nem um cêntimo com a lei da mobilidade, que sendo uma excelente ideia, apenas beneficia os grandes aglomerados”.
Fernando Marques Jorge inaugurou pelo sexto ano consecutivo a Feira do Pinhal, reforçando a grande importância socioeconómica para o concelho.
Nas suas palavras, “a floresta de Oleiros é 10 vezes superior à média nacional e contribui com mais de 50 milhões de euros em exportações.
Um concelho que tem superavit, que tem menos de 6000 habitantes como o nosso, que tanto exporta, merece ser reconhecido como um polo onde o investimento na conservação da natureza terá que ser obrigatório”.
Por fim, o responsável pelos destinos do concelho relembrou ao Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, as bolsas de estudo que o Município financia, sublinhando que “em Oleiros nenhum aluno deixa de estudar por falta de condições económicas” e por fim deixou mais uma vez o pedido para que se interceda de forma a que o projeto de resolução aprovado em Assembleia da República prossiga o mais brevemente possível para que a viúva e os órfãos do funcionário do Município que perdeu a vida nos incêndios de 2017, sejam indemnizados tal como outras famílias afetadas.
Apesar de não ser da sua competência, João Sobrinho garantiu que fará os possíveis para resolver os problemas mencionados, focando-se posteriormente, na sua área para acrescentar que o número de alunos no ensino superior está a crescer graças às condições que as escolas do Interior oferecem, deixando claramente para trás o estigma outrora associado ao Interior como uma zona analfabeta.
Terminou dizendo que este “é um território de oportunidades.
Não teríamos este número crescente de alunos se não fosse o Interior, por aquilo que representa, pela forma como acomoda e pela relação qualidade de vida e custo de vida.”