O Município de Oleiros vai assinalar o início das comemorações dos 400 anos do Descobrimento do Tibete no próximo dia 30 de março, com a inauguração da exposição fotográfica Desertos de Neve, da autoria de Joaquim Magalhães de Castro. A mostra vai estar patente até ao dia 14 de maio na Galeria Municipal, situado no Multiusos das Devesas Altas, em Oleiros e marca o arranque de várias ações que estão previstas ao longo de um ano e que culminarão a 30 de março de 2024, data do início da expedição do padre jesuíta Oleirense.
A exposição retrata os locais percorridos por Andrade no “País das Neves Eternas” ou no “Tecto do Mundo”, sendo estas algumas das expressões mais comuns quando queremos referir-nos ao misterioso e esotérico Tibete. Porém, a verdade é que tais palavras se revelam insuficientes para definir a grandiosidade e amplitude desta extensão de terra nos confins dos Himalaias. Fonte de fascínio para o mundo exterior, o Tibete esteve “apartado” do Ocidente pelo menos até ao início do século XVII, altura em que jesuítas portugueses instalados em Goa incitados pelos rumores de que ali existiriam comunidades cristãs, abriram o caminho a uma série de exploradores e aventureiros que apenas quase três séculos mais tarde depois ousariam partir em busca das riquezas materiais e espirituais dessa nação. Ora, o protagonista dessa aventura foi um oleirense: o padre António de Andrade (1580-1634), o qual em 1624, após uma dura travessia dos «desertos de neve» que separam a Índia do Tibete, chega a Tsaparang, a capital do reino tibetano de Guge, na atual região de Ngari, lidera uma expedição dos primeiros ocidentais a visitar o Tecto do Mundo, na altura associado ao mítico reino do Cataio.