A exposição itinerante “Viva a República!…em digressão”, que arranca agora pelo território nacional, vai também passar por Oleiros. A iniciativa é promovida pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República e propõe uma leitura de um dos ciclos políticos mais marcantes da história de Portugal no século XX. Esta exposição é dedicada ao público em geral e integra uma componente lúdica e pedagógica, recorrendo aos actuais meios tecnológicos.
Da visita, que decorre em Oleiros entre os dias 17, 18 e 19 de Fevereiro de 2011, o visitante saberá carregar para o futuro a herança cívica, democrática e cultural deixada aos vindouros pelos pioneiros republicanos. O Município de Oleiros disponibilizou-se desde o início para acolher a exposição, ou não fosse Oleiros a terra onde José Relvas, essa figura incontornável da proclamação da República, possuía as suas origens familiares.
Recorde-se que o avô de José Relvas, José Farinha Relvas de Campos, havia começado a sua vida comercial como arrendatário da Comenda de Oleiros, nos princípios do século XIX, indo depois estabelecer-se na vila da Golegã. Através do seu empreendedorismo, inteligência e trabalho, construiu a maior casa de lavoura do Ribatejo, a qual se continuou a expandir após a sua morte, sob a administração do seu filho Carlos Relvas. Para além da admirável gestão da casa agrícola da família, nomeadamente no concelho de Alpiarça, onde detinha a Casa dos Patudos, Carlos Relvas ficou também conhecido por ser um dos pioneiros da fotografia em Portugal. Teve um grande desgosto quando descobriu que o seu filho mais velho, José Relvas, era republicano. Acabaram por se incompatibilizar, levando o pai a sair de casa, mudando-se para o “atelier” fotográfico, situado na Golegã, onde viria a falecer em 1894.
