A Mostra do Medronho e da Castanha voltou no fim-de-semana passado com uma imagem renovada e um conceito diferente, dando sempre primazia a estes dois produtos intrinsecamente ligados a Oleiros. A 9ª edição contou com os habituais produtores e artesãos do concelho que adaptaram as suas atividades ao conceito. Além destes, a Mostra contou com outros negócios ligados à temática, que em muito enriqueceram o recinto. O Município de Marvão trouxe até Oleiros a farinha de castanha e a Sweet Castanea, por sua vez, mostrou como a castanha é versátil em caldas diferentes e compotas inovadoras. A Escola Agrária de Coimbra, o Centro Ciência Viva da Floresta ou a Cooperativa Portuguesa do Medronho mostraram outra vertente do medronho e as suas qualidades quase infinitas, aplicadas aos cosméticos, à gastronomia, à ciência entre outros. Entre artesanato, medronheiros, castanheiros, licores, doçaria regional, alambiques, aguardente, compotas entre muitos outros, a Mostra do Medronho e da Castanha conheceu este ano o seu sentido mais concreto, pretendendo abranger todos os negócios relacionados aos dois frutos.
Para além dos stands, o recinto contou também com um programa rico e diverso. O chef Luís Machado, da revista Teleculinária, ensinou formas simples e saborosas de integrar a castanha e o medronho na alimentação diária. O showcooking “Descobrir a Castanha e o Medronho”, passou pelas tradicionais bolachas de manteiga, recriadas para integrar o medronho, ou por um sublime licor de medronho, entre outras receitas cujo intuito foi precisamente descobrir sabores.
Logo de seguida, foi a vez de os Oleirenses serem postos à prova e mostrarem a sua criatividade. O concurso gastronómico “Valorizar o Medronho e a Castanha” contou com 13 inscritos que trouxeram para avaliação, doces e salgados. O júri, composto por um elemento da organização, pelo vereador que tutela o evento e pelo chef convidado selecionou os três melhores: em primeiro lugar a Tarte de Castanha com Bombons de Medronho de Carminda Dias, em segundo a Torta de Castanha com recheio e cobertura de ovos moles de Fernanda Lourenço, e em terceiro o Bolo de Medronho de Luís Nunes. Também os comerciantes foram desafiados com o concurso “Decore o Seu Espaço”, um concurso de montras cujos premiados foram: primeiro lugar, Casa Nova Ambientes; segundo lugar, Loja Pedro Antão Custódio; terceiro lugar, A Serrana.
A animação musical foi uma constante, com o acordeonista Ruben Alves, as atuações dos Ranchos Folclóricos de Oleiros e do GAIO e ainda da Sociedade Filarmónica Oleirense. Este ano surgiu um novo espaço musical, o Medronho Fora d’Horas, que contou com a atuação de Rui Gaio na noite de sábado.
O Grupo Amador de Teatro da Casa da Cultura voltou a fazer uma recriação de outros tempos na “Eira do Zé”, uma animada e típica família que fazia as tarefas do campo com muita comédia à mistura. A Taberna, o espaço de restauração do recinto, também fez do espaço da Mostra um local de tradições, com taberneiros vestidos a rigor e todas as decorações de tempos idos.
A manhã de domingo já é por regra uma manhã desportiva da qual fizeram parte este ano, a Caminhada e a Maratona BTT “Rota do Medronho”. A Caminhada com cerca de 20 participantes decorreu no Estreito e passou pela plantação de medronheiros de Jorge Simões que fez uma breve explicação sobre o seu negócio. A 9ª Maratona BTT fazia parte da 5ª etapa do troféu da maratonas da Beira Interior e contou com 150 participantes, entre eles Cândido Barbosa, conhecido ciclista profissional português.
Aquela que começou por ser uma semana gastronómica, não perdeu o vínculo com a gastronomia, com 10 restaurantes aderentes que criaram ementas especiais com a castanha e o medronho como ingredientes-chave.
A caminhar para os 10 anos de existência, a Mostra do Medronho e da Castanha não se esgota e faz prever um futuro auspicioso.