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Madeirã assume-se como Capital do Medronho

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A iniciativa do Município de Oleiros intitulada “Dez Freguesias, Dez Experiências” não poderia terminar o seu primeiro ano de melhor forma.

O Ateliê do Medronho, agendado para o dia 3 de novembro, na freguesia de Madeirã, vai dar destaque àquele fruto vermelho do Pinhal que em terras de muita madeira se produz de forma sublime.

Este é o ingrediente que está na base de produtos de qualidade reconhecida, como a aguardente, mas também licores e compotas que têm recebido medalhas de ouro em reputados concursos.

Organizado pelo Município de Oleiros e pela Junta de Freguesia de Madeirã, contando com o apoio da Associação Recreativa e Cultural de Melhoramentos da Aldeia da Cava (ARCA), do Grupo de Amigos da Freguesia de Madeirã (GAFM) e do Geopark Naturtejo, este ateliê temático de cultura e gastronomia irá contemplar um passeio pedestre interativo, um almoço de convívio e a recriação histórica “Os Madeiranenses da diáspora”, a cargo da Companhia de Teatro Viv´Arte.

Refira-se que na obra Memórias da Villa de Oleiros e do seu concelho, em 1881, D. João Maria Pereira d´Amaral e Pimentel referia que “a aguardente de medronhos colhidos nos matos foi, nos anos 1856 e 1857, a principal riqueza da freguesia e poderia ser um grande recurso, se continuassem a aproveitá-los e houvesse máquinas de destilação”.

O medronheiro é uma espécie bastante generosa que hoje se apresenta como potenciadora de múltiplos usos alternativos. Assim, para além da tradicional aguardente, é utilizado como fruto fresco, em polpas, sumos, iogurtes e compotas, em cosmética ou farmacêutica, confere propriedades distintas no mel e é utilizado como planta ornamental.

Recentemente, graças à rápida capacidade de regeneração desta planta autóctone, elevada rendibilidade e resiliência face aos incêndios florestais.

Para além da já comprovada importância e facilidade de utilização junto de eólicas e debaixo das linhas de alta tensão, revela-se um eficiente corta-fogo, reduzindo a sua velocidade e podendo ser utilizado junto das linhas corta-fogo primárias e incorporado nas faixas de gestão de combustível.

O ateliê inicia-se às 9:00h, no Adro da Igreja Matriz de Madeirã, onde será recriada a tradicional “desjejua”.

Dali inicia-se o passeio interativo com passagem por alguns imóveis antigos do aglomerado urbano, por uma casa de lavoura onde serão abordadas algumas tradições agrícolas (como a pisa da castanha), por um local com vista panorâmica para os Meandros do Zêzere – paisagem classificada pela UNESCO (incluindo uma explicação pela geóloga Joana de Castro Rodrigues) e como não poderia deixar de ser, pela destilaria Silvapa, com visita a um espaço musealizado com peças de várias épocas.

A atividade culmina no Santuário do Senhor Jesus do Vale Terreiro com um almoço de convívio, seguido de uma recriação histórica que pretende ser um tributo aos filhos da terra, desde os que permaneceram nas raízes (como um núcleo de lavradores, instalados na aba sul do Vale do Zêzere, cuja produção de castanheiro foi prioritária à sua subsistência, ou alguns barbeiros-sangradores) e os que procuraram fortuna noutras paragens (em Lisboa, ligados à atividade comercial e em Belém do Pará – Brasil, ligados à indústria e comércio).

Estes foram responsáveis pela construção de alguns dos imóveis habitacionais, escolares e religiosos da freguesia, marcando a arquitetura do casario.

Recorde-se que a ação “Dez Freguesias, Dez Experiências” integra o projeto intermunicipal Beira Baixa Cultural, na categoria Ateliês Temáticos de Cultura e Gastronomia.

Este é promovido pela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu / Portugal 2020.

Os interessados em participar podem inscrever-se até ao dia 26 de outubro, na Casa da Cultura de Oleiros, presencialmente ou por telefone (272 680 230).

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