Cerca de um ano depois da estreia de uma exposição totalmente dedicada à música, as “Notas de Arte” estão de regresso para uma segunda mostra. A principal novidade prende-se com o aumento do número de núcleos expositivos de três para quatro: instrumentos “desconstruídos”; coletividades, atividade musical local, tradições e eventos; coleções privadas (três núcleos que se mantém do ano passado) e, por último, “A Música Portuguesa a Gostar dela Própria”. Um núcleo dedicado à passagem deste projeto pelo concelho de Oleiros, onde foi efetuada uma recolha documental sob o formato de vídeo com a direção artística de Tiago Pereira, num legado que fica para gerações atuais e vindouras.
“É com grande satisfação que voltamos a acolher a herança musical do nosso concelho, mas também de outras regiões no país aqui neste espaço criado para isso mesmo: democratizar a cultura”, começou por dizer o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Miguel Marques, numas breves palavras dirigidas ao público presente na inauguração.
O núcleo “instrumentos desconstruídos” é constituído por: viola em azulejo alicatado, da autoria de José Veiga Freire (Azeitão), saxofone em ferro da autoria de António Henriques (ArtMetalgénese, de Pedrógão Grande) e gramofone em filigrana de arame, da autoria do artista local Jorge Marquez (Oleiros). O núcleo “coletividades, atividade musical local, tradições e eventos”, que está dividido em duas partes: formações musicais que existiram ou existem no concelho (“Os Coelhos”, “Adágio 5”, Bombos do Vilar e Cavaquinhos do Estreito) e eventos e tradições com cariz musical ou etnográfico (Festa da Espiga e HARMOVASO). O terceiro núcleo é composto por duas coleções privadas: 21 peças oriundas do Museu da Música Mecânica (Palmela), único e diferenciador no país e propriedade do colecionador Luís Cangueiro, bem como 29 cavaquinhos, na sua maioria artesanais, da coleção privada de Rui Pinto, evidenciado diferentes madeiras, origens e construtores. O quarto núcleo, como já mencionámos, será “A Música a Gostar Dela Própria”.
Miguel Marques fez ainda questão de mencionar o sucesso que se está a verificar Galeria Municipal com realização permanente de exposições, com a certeza de que esta não será diferente. “Inaugurada em dezembro de 2021, até à data recebeu cerca de 4500 visitantes, um número que nos deixa satisfeitos e com vontade de fazer ainda mais neste capítulo! Foram cerca de dez exposições, nas mais variadas áreas (como a música ou o artesanato) e disciplinas artísticas, como a pintura (em mostras individuais e coletivas), a escultura ou a fotografia”, concluiu ainda.
Na inauguração houve lugar a uma demonstração musical de música mecânica ao vivo, levada a cabo por Luís Cangueiro, e breves intervenções de músicos e colecionadores ali presentes. Até 16 de julho pode contemplar a Notas de Arte II na Galeria Municipal, uma exposição integrada no Mês da Música, que terá o seu ponto mais alto com o Festival de Música Infantil de Oleiros (FestivOl), a 3 de junho, às 21h, no Multiusos das Devesas Altas.