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Município de Oleiros promove o seu Património Geomineiro

O Município de Oleiros aposta na promoção do património geomineiro concelhio, conforme ficou comprovado no passado dia 11 de Dezembro, por ocasião da celebração do Dia Internacional das Montanhas, este ano com o tema “Entre paisagens ricas de antiguidade e as riquezas das entranhas da Terra”.Quem esteve presente, ouviu que “a transformação da paisagem e o aproveitamento dos recursos geológicos em Oleiros, terão sido anteriores ao Período Romano”, hipótese avançada pelos geólogos da Naturtejo.

Segundo um folheto distribuído, o qual foi produzido para o efeito, a acção mineira no concelho centralizou-se nos vales, em Álvaro, Borralhal e Fragas do Cavalo. Da mina do Borralhal, uma mina de Cobre concessionada em 1953, chegando a ser explorada pela companhia União fabril até 1957; restam silêncios, amontoados de escombros à boca das galerias e parte de uma vagoneta de minério corroída pelas águas ácidas da mina.

As segundas minas que existiram no concelho de Oleiros, as minas de Álvaro, exploravam Estanho de aluvião nas margens do Rio Zêzere, mais precisamente no lugar da Barca de Álvaro, entre 1937 e 1944. A sua exploração deste esteve sempre associada aos períodos de Paz e desta época resta a memória das empreitadas de lavagem das areias nas cales ou caleiras e do transporte do minério para Avaro em cestos ou padiolas. Consta que por ali também se encontravam algumas pepitas de ouro de tamanho bastante apreciável.

Por último, as Minas de Fragas do Cavalo, minas de Volfrâmio, foram registadas a 28 de Abril de 1910. As duas concessões existentes, Fragas n.º 1 e Fragas n.º 2, funcionaram no seu apogeu até 1920, cruzando-se a sua história com a das grandes minas da Panasqueira. Nessa época, a lavra foi suspensa por falta de trabalhadores, baixa cotação do Volfrâmio e consequente baixa procura. Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal foi o principal produtor de Volfrâmio, tendo-se mantido neutro ao abastecer tanto os alemães como ingleses. De 1939 até 1944, foram produzidas em Portugal 31 mil toneladas, o que corresponde a 65% da produção europeia. Os principais períodos de exploração foram, sem dúvida, as Grandes Guerras mundiais e a Guerra da Coreia. Nos períodos de maior procura, aumentavam as actividades clandestinas, como explorações ilegais, contrabando, espionagem, mistura de outros minerais de cor negra, roubos e várias outras actividades paralelas que marcaram a “Febre do Ouro Negro”, a qual varreu toda a região da Beira Interior. É desta forma que em 1939 são retomados os trabalhos nas vulgarmente designadas “Minas do Cavalo”. Por pressão das forças aliadas, Salazar é obrigado a decretar o encerramento temporário das minas de Volfrâmio em Portugal, o que paralisou as minas das Fragas a 25 de Julho de 1944. Os trabalhos pararam de vez em 1957, porque as seguradoras se recusaram a fazer o seguro ao pessoal em virtude do flagelo da silicose, doença que vitimou um número indeterminado de mineiros desta época, em todo o país. As concessões das Fragas são definitivamente extintas a 1 de Julho de 1992.

Ainda são visíveis no local o que resta da lavaria e escritórios da mina, os quais decorrente do caos que se seguiu à Revolução de Abril, foram queimados e saqueados, mas que ainda demonstram bem a importância das minas e as técnicas empregues na sua exploração. É impressionante verificar os trabalhos desenvolvidos ao longo da grande encosta de mais de 150 m de altitude os mais antigos situados junto à Ribeira, com numerosas galerias distanciadas verticalmente de 20 metros em comunicação com chaminés verticais distanciadas de 30 metros, destinadas à ventilação e ao reconhecimento do jazigo entre dois pisos.

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