Como tem sido amplamente divulgado, o mês de junho, em Oleiros, é dedicado à música, com diversas iniciativas que envolvem toda a comunidade. Uma delas é a exposição “Notas de Arte”, inaugurada no passado sábado, 4 de junho, em plenos “Dias da Música”.
Esta é uma exposição com três núcleos bem distintos, sendo que um deles é o intitulado “A música Oleirense a gostar dela própria”, constituído por cinco coletividades locais – entre as quais dois grupos centenários – a quem o concelho muito deve do ponto de vista etnográfico. A Sociedade Filarmónica Oleirense, o Rancho Folclórico de Oleiros, o Grupo de Danças e Cantares do GAIO, a Fanfarra da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Oleiros e o Grupo dos Bombos da Cardosa. Venha conhecer o seu património, a sua história e, aos domingos (12, 19, 26 de junho e 3 de julho), assista aos seus concertos no palco do Multiusos das Devesas Altas.
No entanto, o Vereador do Município, Paulo Urbano, ressalva que o concelho “tem outros grupos que muito contribuíram para o desenvolvimento da entidade local de Oleiros”, mas a verdade é que esta iniciativa teria de arrancar por alguma parte. “Este ano começámos com estes cinco grupos, mas há muitos mais a realçar. No próximo ano, numa segunda edição, mais coletividades e bandas terão o devido destaque, nomeadamente, algumas que já existiram no passado e cuja importância jamais será esquecida. Entre muitos outros, por exemplo, o Grupo de Cavaquinhos do Estreito, que irá atuar nesta inauguração, para o ano estará seguramente aqui representado”, vincou.
O segundo eixo desta exposição são os “Instrumentos musicais não-musicáveis”, que são essencialmente instrumentos “desconstruídos”. Falamos das peças em filigrana de Jorge Marquez e dos instrumentos feitos a partir de material reciclado da autoria de Zferero (José Oliveira). No terceiro e último núcleo, temos os “Instrumentos musicais musicáveis”, que é constituído por alguns das centenas de acordeões, concertinas e harmónios de Augusto Neves, diretamente do seu museu em Vila Facaia, temos os cavaquinhos de António Vieira, os Instrumentos de Cana que José Vitorino Martins nos trouxe directamente do Algarve, os Adufes, numa parceria da Casa da Artes e Ofícios de Idanha-a-Nova, e por último, temos a Associação da Viola Beiroa de Castelo Branco, que também marca presença na nossa “Notas de Arte”.
Paulo Urbano sublinhou ainda que todo o conceito que sustenta a exposição, bem como a iniciativa “Dias da Música” e o “FestivOl – Festival de Música Infantil de Oleiros”, é “ um importante passo que a Câmara Municipal dá no sentido de criar um projeto cultural na área da música”. “A música toca-nos sem nos tocar… É essencial para o nosso bem-estar”, concluiu o autarca.
Como já referimos, a reta final desta inauguração contou com uma breve atuação do Grupo de Cavaquinhos do Estreito, que levou o público a cantar em uníssono com os intérpretes. “Notas de Arte” estará patente até 24 de julho na Galeria Municipal das Devesas Altas.