Vai ser inaugurada hoje a exposição de pintura a aguarela “O Pão Nosso de Cada Dia”, da autoria de Augusto de Matos. Numa coletânea de 28 aguarelas, a mostra evidencia o traço moderno da sua obra, com uma forte vinculação ao realismo, transpondo-nos para vários espaços e horizontes temporais, estimulando na nossa memória a procura por várias vivências e contextos.
A exposição, a terceira do autor Oleirense, aborda a odisseia da cultura do milho, desde a sementeira ao produto final: os grãos, resultado do labor do homem e de uma interessante atividade agrícola. Estes, depois de moídos, transformam-se em farinha de milho que dá origem à tradicional broa (o pão de milho), património gastronómico regional que a cada dia, por sucessivas gerações, servia de sustento às populações rurais
Após um interregno de 8 anos, Augusto de Matos volta a expor na sua terra natal onde já apresentou duas exposições “Oleiros, a Metáfora do Tempo ou um Percurso de Sensações” (em 2002) ou “A Balada do Linho” (em 2004).
O autor, nascido em Oleiros a 3 de dezembro de 1931, possui o Curso Técnico da Escola Industrial Marquês de Pombal, em Lisboa, tendo a disciplina de desenho sido uma das dominantes. Passa pelas Finanças e integra, em 1960, o Quadro de Desenhadores da Direção Geral dos Serviços Hidráulicos, em Lisboa, onde adquire vasta experiência no ramo do desenho técnico e arquitetónico.
Em 1962 ingressa nos CTT como Desenhador do Quadro, tendo sido colocado em Castelo Branco, onde organiza o então criado Gabinete de Desenho, na Área de Telecomunicações e desenvolve uma vasta atividade durante 30 anos. Com a criação da Portugal Telecom, chefia o Gabinete de Desenho, cargo que ocupa vários anos, até à data da sua aposentação, em 1992.
A par da sua atividade profissional, a autor sempre colaborou com vários engenheiros e arquitetos, desenvolvendo um trabalho de projeto na área da construção civil. Desde a sua aposentação, passa a ter todo o tempo disponível para se dedicar ao desenho e à pintura, suas paixões, realizando diversas exposições. Por todos os motivos, esta será uma exposição a não perder.
