No âmbito do “Programa de Apoio em Parceria – Revitalização do Pinhal Interior – Programa de Desenvolvimento Cultural do Território”, financiado pela DGArtes e integrado no festival intermunicipal “Experiências Artísticas na Paisagem – Cortiçada Art Fest”, promovido pelos municípios de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, vai ser instalada em Oleiros a obra Moon gate. Esta integrará um roteiro de obras nos 3 concelhos que constitui uma das ações do projeto em parceria que contempla ainda a realização de ateliês, residências artísticas, um concurso para artistas locais a ser lançado brevemente e uma exposição final que terá lugar em 2021 num local de renome a nível nacional, projetando culturalmente a região.
A instalação de Oleiros situa-se sobre a Ribeira de Oleiros, na Torna, tendo como ponto de partida uma aproximação àquele corredor enquanto fenómeno físico, real e tangível e, simultaneamente, como lugar percecionado de fascínio e deleite. Um lugar de exceção que “remete para o diferente, para um jardim distante e para as memórias e relatos do encontro de António de Andrade com as paisagens do Oriente” e que, ao mesmo tempo, vem dar o mote para uma série de expressões artísticas na paisagem que pretendem revitalizar o território.
Com o cunho do atelier portuense Marques de Aguiar, Moon gate evoca uma entrada num jardim distante. A modelação da obra, a par da escolha do lugar e a sua suspensão, reforçam a identidade da peça. “O rigor deste elemento geométrico no cenário da ribeira acentuam ainda a sensação de intencionalidade e de estabilidade presentes nas “entradas” dos lugares de exceção”. Simultaneamente, “a modelação das transparências, opalinos e texturas da superfície circular orientam o ver e não ver da paisagem. Por seu lado, o ligeiro movimento e a suspensão aparentemente instável, induzem ao mistério do desconhecido”. Recorde-se que esta vai ser uma obra circular de 2 m de diâmetro em resina de cor âmbar, suspensa a 2,5 m do solo, numa relação direta com a Ribeira. A instalação enquadra-se nos elementos naturais, sugerindo a criação de um jardim “misterioso” a partir da água, das pedras da ribeira, da vegetação e da manipulação de transparências.