A água não tem o mesmo preço para todos em Portugal. O Município de Oleiros é, no distrito de Castelo Branco, o segundo que tem a água mais barata.
O dado está vertido na 7ª edição do Estudo Comparativo dos Tarifários de Abastecimento de Água de Portugal, promovido pela Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) que procurou detetar quais os concelhos que praticam maior justiça social no que diz respeito ao serviço de abastecimento público de água à população.
A nível nacional, o Município de Oleiros está posicionado em 31º lugar no ranking, apenas ultrapassado por concelhos das ilhas da Madeira, dos Açores e do interior do país. No distrito de Castelo Branco, o Município do Oleiros está em segundo lugar, atrás de Vila de Rei.
A pesquisa conclui que “em Portugal, as famílias continuam a ser discriminadas no acesso à água, em função da sua dimensão e do município onde vivem. A tarifa fixa da água vai de 0 a 16€ e o total da fatura da água regista diferenças que podem significar mais de 600 euros por ano para o mesmo consumo”.
Fernando Jorge, Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, adianta que “a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos – ERSAR – tem pressionado Oleiros a subir o preço da água, mas temos resistido, assumindo esse custo para não o incutir à população, uma boa parte com reformas baixas”. Por outro lado, “é mais um incentivo que está criado dentro da nossa estratégia de fixação de pessoas que demora o seu tempo a dar resultados”.
Há um ano (janeiro de 2021), um estudo da Associação de Defesa do Consumidor – DECO – destacava Oleiros como o concelho com mais apoios para quem escolhe viver ou trabalhar no interior. Habitação a preços controlados, apoios à habitação, à criação de emprego, à terceira idade, à natalidade e ao acesso ao ensino superior são apenas alguns dos incentivos destacados neste estudo sobre os concelhos do interior de Portugal. “O valor de consumo de água que aplicamos no Município é outra das medidas que procura reverter o problema do despovoamento. Passo a passo, temos conseguido alguns casos positivos, com pessoas a reconstruírem casas dos seus familiares ou a regressarem ao Concelho depois de uma vida de trabalho no estrangeiro, mas também a fixação de casais jovens. Gostaríamos de fossem mais a fixarem-se, contudo, situações desta natureza demoram o seu tempo a produzir mais resultados”, concluí o Presidente da Câmara Municipal.
O estudo promovido pela APFN pode ser consultado aqui.