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Oleiros promove freguesias oferecendo Dez Experiências únicas

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O Município de Oleiros, durante os próximos 2 anos, vai desenvolver a iniciativa “Dez Freguesias, Dez Experiências”, com o intuito de promover o património identitário-cultural do concelho.

Através da realização de 10 ateliês temáticos, com grande enfoque para a componente cultural e gastronómica, pretende-se oferecer aos participantes in loco experiências únicas e reveladoras do melhor que se faz em cada uma das freguesias.

A ideia passa assim por envolver toda a comunidade na divulgação das artes, ofícios e tradições regionais, dando um novo ânimo ao território e atraindo visitantes e turistas.

Recorde-se que a iniciativa integra o projeto em rede “Beira Baixa Cultural”, promovido pela Comunidade Intermunicipal e Municípios que a constituem, sendo cofinanciado pelo Fundo de Desenvolvimento Europeu / Portugal 2020.

A primeira freguesia contemplada será a Isna, no dia 27 de janeiro, com a promoção da tradicional broa de milho daquela localidade e do facto histórico ocorrido em 1901 com a caçada real de D. Carlos I por terras de seculares castanheiros e várzeas de milho.

Os ateliês iniciam-se sempre com a realização de um percurso pedestre interativo, contemplam uma recriação histórica a cargo de uma companhia de teatro e culminam com um almoço temático.

O segundo ateliê realiza-se em fevereiro, na freguesia de Mosteiro e abordará o fumeiro e as sopas, tendo como moldura cenográfica e histórica a vida monástica, agasalho e aconchego aos viandantes e peregrinos, numa clara alusão aos romeiros “hospedados” pela Ordem de Malta.

Em todos os ateliês aparece um almocreve que atravessa os diferentes lugares apregoando os eventos numa perspetiva didática e pedagógica, para além de promocional.

Os interessados em participar no primeiro ateliê que dá o arranque a esta iniciativa, deverão inscrever-se até ao dia 13 de janeiro, na Casa da Cultura, em Oleiros (272 680 230) ou na Junta de Freguesia de Isna.

 

Isna – Aldeia Rural de xisto

O seu topónimo deriva de “isanu” – lugar de difícil acesso ou “issanare” – lugar saudável. Em plena Serra do Cabeço Rainho, a aldeia caracteriza-se por um casario típico em xisto, preservando a identidade de uma população rural que ali habita desde tempos remotos.

Terra de forte tradição cinegética, nela se realizaram caçadas reais, devido à abundância de javalis que se alimentavam do fruto de seculares castanheiros que ainda hoje persistem.

Estes acontecimentos deram origem a lendárias “estórias” que ainda hoje são recordadas pela população.

É o caso da construção da “Fonte das Mulheres”, na rua D. Carlos I, resultado de um pedido efetuado ao rei por uma delegação feminina.

Esta aldeia genuína, construída em xisto, mantém características rurais muito próprias e ancestrais, as quais perduraram no tempo. Exemplo disso é a existência até aos dias de hoje de um rebanho comunitário.

A aldeia tem forte vocação agrícola, favorecida pela sua localização numa zona de baixa, em pleno vale da Ribeira de Isna, o que vem beneficiar a fertilidade e irrigação dos terrenos agrícolas.

As características edafoclimáticas conjugam-se para que o milho ali produzido seja único, dando origem à tradicional Broa da Isna, uma especialidade obtida desde tempos remotos pelas mãos experientes das destemidas Mulheres da Isna.
Particularidades da Broa da Isna

Broa obtida a partir da mistura de três tipos de farinha, sendo o principal constituinte o milho, é obtida a partir do cereal semeado nos solos da Isna, seco em terraços, moído em moinhos de pedras e peneirado em peneiras manuais de malha fina.

As características singulares desta broa devem-se ao microclima e ao saber e à experiência das Mulheres da Isna, passado de geração em geração.

Água em abundância e um fotoperíodo mais reduzido levam a que o amadurecimento do cereal seja mais tardio.

Quando esta evolução se opera, os valores de humidade atmosférica mais elevados e as temperaturas mais baixas provocam uma secagem pouco agressiva, o que confere uma maior suavidade ao grão e posteriormente, à farinha, tornando-a sui generis.

O miolo da broa é compacto, com olhos de pequena dimensão, uma cor amarelo brilhante, um paladar adocicado e uma textura suave.

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