A Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo são assinaladas em Oleiros com uma forte entrega da comunidade que continua, séculos após séculos, a reviver momentos marcantes de religiosidade que têm passado de geração em geração. O início das Solenidades dos Passos, no passado sábado (dia 2), com a distribuição das imagens e a Celebração do Senhor dos Passos (com o encontro de Jesus pregado na cruz com a sua Mãe), retratada ao anoitecer, no passado domingo (dia 3), marcaram o arranque das celebrações pascais que estiveram suspensas durantes os dois últimos anos devido à Covid-19.
Do calendário pascal fazem ainda parte o fim das Solenidades dos Passos (procissão de Quarta-feira Santa), a Procissão dos Fogaréus (Quinta-feira Santa) e a Procissão do Enterro do Senhor (Sexta-feira Santa), entre outros momentos organizados pela Paróquia de Oleiros e pela Santa Casa da Misericórdia local, com a grande entrega dos oleirenses. São manifestações religiosas de rara beleza e vividas com extrema emoção.
A Semana Santa tem uma grande tradição na região. Além da vertente religiosa, constitui também uma fonte de atração turística a este território. A religiosidade popular é vivida com significado de fé e solenidade, momentos que têm despertado interesse turístico na vila de Oleiros, com a Rota do Religioso, mas também na Aldeia de Xisto de Álvaro, onde existe o Percurso das Capelas.
Aliado à genuína religiosidade popular e à tranquilidade própria deste concelho, existe um emblemático património religioso e dos melhores pratos da gastronomia da Beira Baixa. O Cabrito Estonado é o rei à mesa pascal, assim como o Maranho. Pode ainda provar o igualmente tradicional “Bolo Dormente”, cujo nome se deve ao facto de a massa ficar a fintar (levedar) durante várias horas, geralmente de um dia para o outro e o qual mereceu um reconhecimento por parte da gastrónoma Maria de Lourdes Modesto.