De 16 a 20 de abril, no período correspondente à Semana Santa em Oleiros, a vila veste-se de roxo numa impressionante manifestação de solenidade e de fé. Estas são indescritíveis tradições seculares que não deixam ninguém indiferente, com procissões de rara beleza ao anoitecer, pelas ruas do Centro Histórico da vila, abrilhantadas pela centenária banda da Sociedade Filarmónica Oleirense. Assim, tome nota e assista a estas celebrações na Quarta-feira Santa (dia 16); na Quinta-feira Santa (dia 17 de abril), com a Procissão dos Fogaréus e Sexta-feira Santa (dia 18) com a Procissão do Enterro do Senhor.
No Domingo de Páscoa, perto do meio-dia, tem lugar a Missa e Procissão da Ressurreição do Senhor. Tome parte na mais pura tradição Oleirense e assista a momentos apaixonantes e arrebatadores. Estas celebrações têm como intervenientes a Paróquia de Oleiros, a Santa casa da Misericórdia de Oleiros, a Irmandade do Santíssimo, a Sociedade Filarmónica Oleirense, o Agrupamento 1080 CNE de Oleiros, os Bombeiros Voluntários de Oleiros e a Guarda Nacional Republicana e contam com o apoio promocional do Município de Oleiros.
Segundo D. João Maria Pereira d´Amaral e Pimentel, na sua obra memórias da vila de Oleiros, de 1881 “as Imagens que figuram na procissão são uma maravilha em escultura. A saber: de Nossa Senhora da Soledade, de S. João Evangelista e do Senhor Morto…o S. João com os olhos fitos no Céu, as lágrimas banhando-lhe as faces e uma expressão de dor e resignação no semblante, que se comunica aos que a contemplam. A Imagem do Senhor Morto é uma escultura modelo do corpo humano, de tamanho natural e tão bem acabada que nada se lhe nota que devesse ser corrigido. A cor lívida, as chagas, o sangue e pisaduras, tudo está correspondente e tem a grande vantagem de ser a mesma Imagem que se prega na cruz” por ter os braços articuláveis. “Não encontrámos outra que se lhe aproximasse. Estimem e conservem os nossos Patrícios com cuidado estas Imagens, que são uma grande preciosidade, digna a todos os respeitos da maior estima … não permitindo que pintor algum lhes toque, a não ser de reconhecida perícia, para que não aconteça deteriorar em lugar de melhorar tão perfeitas esculturas”.