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Origens – O étimo “Oleiros”

O étimo “Oleiros”

Há quem advogue que a palavra derivará de olleiros, “Olheiros ou olhos de água, vulgo nascentes”, por na vila se acharem algumas fontes. Por todo o concelho está bem presente a abundância de água através das ribeiras, nascentes ou riachos.

Etimologicamente, o termo Oleiros parece derivar da palavra latina ollarium, “o fabricante ou negociante de panelas de barro”, apesar de não haver resquícios de oficinas artesanais, existindo contudo em abundância, espécies de barro “greda argila…” – matéria-prima indispensável para o efeito.

Origens

O território onde hoje se encontra o concelho de Oleiros, pela sua morfologia, nunca foi muito povoado.

As grandes serras que protegem Oleiros, como a serra do Cabeço Rainha ou a Serra do Muradal dificultavam a chegada a estas paragens, mas também serviam de proteção aquando das invasões.

No entanto, em junho de 1194, D. Sancho I doou a D. Afonso Pelágio, Prior dos Hospitalários, uma terra à qual deu o nome de Belueer (Belver), que compreendia o domínio territorial de vários sítios, no qual estava incluído Oleiros.

A 20 de outubro de 1513, D. Manuel, doa foral à vila, constituindo-se assim como terra autónoma, ação extensível ao vizinho concelho de Álvaro, hoje freguesia do Concelho de Oleiros.

Anos volvidos, tais territórios são integrados no Grão-Priorado da Ordem do Hospital ou dos frades malteses, com sede na vila do Crato, “no entanto, quanto à vila de Oleiros as opiniões dividem-se: há autores que a incluem no Priorado – e, de facto, um batalhão de fontes documentais incluem-na nele sem qualquer reparo em contrário – embora tenha pertencido ao Bispado da Guarda (provavelmente até 1508) e a Comenda tenha apenas ¼ das terras do termo.

Por exemplo, em 1689, em manuscrito que procurava elaborar um prontuário das terras de Portugal e das Comarcas a que pertenciam (…) afirma-se o seguinte acerca de Oleiros: A Villa de Oleyros he do Priorado do Crato entra nella o Ouvidor do Cratto, tem no termo os lugares seguintes (…).”

Em 1570 foram criados os corpos de Ordenanças que deram origem a que nas Comendas da Ordem do Hospital se criasse um corpo especial de natureza militar. Como exemplo, “assumiram o comando da Companhia das Ordenanças dos Privilegiados de Malta em Oleiros vários membros da família Albuquerque Pinto.


Em fevereiro de 1811 ocorreu a passagem de tropas francesas pela vila de Oleiros, na sequência da terceira invasão dos franceses, que teve início em 1810. Com a vinda dos franceses vieram também imensas munições para fornecimento de canhões e espingardas.

No ano de 1774, passa-se carta de patente de Capitão da Companhia de Oleiros a Manoel Pereira, por deixaçaõ que delle fes o anterior Capitão Francisco de Albuquerque Pinto Maldonado.” *Foral Manuelino de Oleiros.

Segundo Pimentel in “Memórias da Villa de Oleiros”, no ano de 1762, aquando das invasões espanholas, entre outras pilhagens, foi roubado o maior sino da torre da igreja de Oleiros, que foi recuperado pouco depois.

Além deste milagre, existe um outro que é transmitido de geração em geração desde há séculos: em tempos, toda a região foi assolada por uma terrível praga de gafanhotos que nada poupavam.

Os oficiais escolheram para paióis os lugares mais seguros e de mais fácil vigilância, como a Capela de Santa Margarida, dada a sua situação altaneira. Aquando da retirada deixaram alguns barris de pólvora, pegando fogo à Capela e foi “levada pelos ares” a imagem da padroeira da capela (Santa Margarida), que acabou por ser encontrada, no sítio que ainda hoje se denomina “horta da Santa”.

O povo começou então a fazer romarias contantes à ermida de Santa Margarida implorando ajuda.

A ajuda foi concedida, começando-se a ver grandes filas de gafanhotos encaminhando-se para a ribeira onde morriam afogados. Em forma de agradecimento começou a ser celebrada, anualmente, a festa em honra de Santa Margarida.

Após 1834, o Governo extinguiu o concelho, anexando as suas freguesias a outros, sendo esta decisão anulada em 1869, estabelecendo novamente Oleiros como concelho, tal como fora nos 700 anos anteriores.

A vila de Oleiros teve um pelourinho que foi vendido no século XIX (1880), tal como aconteceu ao pelourinho de Álvaro.

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