O cultivo do linho
As voltas que leva, e o bailado único de fios que é produzido nos teares, faziam parte das nossas tradições.
Exemplo disso é a sua representação no antigo brasão da freguesia de Oleiros através de dois ramos dourados de linho e também no baixo-relevo da fachada da Matriz do Estreito, – autoria de Soares Branco – onde o linho é retratado lado a lado com outras ilustrações da vida quotidiana.
O linho é uma planta das regiões temperadas e não existe em estado selvagem. Planta herbácea, da família das lináceas, existe em quinze espécies diferentes e chega a atingir um metro de altura. É de sementeira natural e a colheira das hastes é feita por arrancamento, arrastando as raízes, antes do fruto secar (baganha).
No concelho de Oleiros, até meados do século passado, cultivava-se o linho com relativa abundância, não para fins comerciais, mas sobretudo, para suprir as necessidades duma casa de lavoura, onde o dinheiro não abundava.
Em muitas casas, em que o sustento era tirado da terra, a cultura do linho fazia parte integrante da economia doméstica, tal como o milho, o azeite, etc. Era produzido, principalmente, para fins têxteis, nomeadamente na confeção de toalhas, lençóis, camisas, entre outros produtos.
Ilustração em aguarela de Álvaro de Matos
Todas as tarefas usadas na confeção do linho, eram manuais e quase todas executadas por mulheres, só as mais pesadas eram feitas por homens. As tarefas passam pela sementeira, arrinca, ripagem, alagamento, secagem, gramagem, espadelagem, assedagem, fiação, barrela, dobagem, até à tecelagem.
Todos os instrumentos usados na produção de linho, a grande maioria em madeira, eram feitos pelos próprios por processos artesanais bastante rudimentares, mas que surpreendentemente transformavam o linho progressivamente num produto com uma suavidade e qualidade excecionais.
Onde encontrar produtos e informações sobre o Linho:
Teares do Estreito – Estreito – 272654363
Maria Carmina – Vale Souto – 274664331
Centro de Artes Manuais – Orvalho – 272746399
Rota do Linho