Na 9.ª edição da revista oficial da Rede Europeia de Geoparques sob o mote “UNESCO e os geoparques – um grande passo em frente”, difundida anualmente pelos 50 geoparques existentes em 18 países europeus, foi publicado o trabalho “Rota das Montanhas”, de Oleiros, como exemplo de organização de recursos turísticos na oferta do Geopark Naturtejo.
Recorde-se que esta Rota tem como ponto de partida a figura do Padre António de Andrade (herói local, missionário nascido em Oleiros, no século XVI, “escalador dos Himalaias e descobridor do Tibete”) e consiste num itinerário circular por estrada, num total de 100 km, abrangendo todo o concelho e levando pelo menos dois dias a ser realizado com pleno usufruto, dando a possibilidade ao turista de fazer alguns desvios à sua trajetória. Esta foi definida pelo município de Oleiros em parceria com o Geopark Naturtejo, sendo uma ferramenta turística capaz de aumentar a capacidade de atração desta região interior e de promover a oferta turística e o desenvolvimento da economia local.
Paralelamente foi criado um mapa com informações sobre a rota, contendo indicações logísticas sobre alojamento, restauração e artesanato e, ainda, com informações sobre os pontos a visitar e horários, nomeadamente: miradouros, elementos do património natural (património geológico, bosques nativos, praias fluviais), histórico-cultural (monumentos, aldeias tradicionais, produtos da montanha), percursos pedestres, etc.
Sendo a montanha a evasão da rotina, com paisagens geológicas (geomonumentos), ecossistemas de montanha, especificidades culturais em aldeias tradicionais, produtos da terra (gastronomia e artesanato), bem como produtos tradicionais inovadores ou novos produtos inspirados no património geológico – geoprodutos, esta é uma estratégia diferenciar a oferta turística local.
O cume das montanhas de quartzito e xisto de Oleiros, onde já se situou há muito tempo um fundo de oceano cheio de vida, revela a história do planeta nos últimos 600 milhões de anos. A Rota das Montanhas de Oleiros convida o geoturista a viajar desde as areias ordovícicas e os seres vivos marinhos que ali viveram e que hoje se encontram fossilizados nas rochas, até verdadeiros oásis de flora nativa e fauna diversa, através de percursos pedestres cuidados e preparados para o visitante autónomo, atravessando paisagens pensadas pelo Homem (paisagens culturais) e valorizando os produtos produzidos pela terra.