Situação Geográfica
O concelho integra-se na região Centro e na sub-região do Pinhal Interior Sul e pertence ao Distrito de Castelo Branco. Ocupa aproximadamente uma área de 471km2.
Geologia
O substrato do concelho de Oleiros é constituído maioritariamente por rochas metassedimentares (xistos e os metagrauvaques) do Grupo das Beiras datado do Neoproterozóico.
O Grupo das Beiras terá tido origem na erosão e desmantelamento de uma margem continental ativada durante a orogenia Cadomiana, constituída por rochas sedimentares quartzosas. Estes materiais ter-se-ão depositado em leques turbidíticos em ambiente marinho profundo que caracterizava a região há mais de 540 milhões de anos, com a fragmentação do supercontinente Gondwana e a abertura do Oceano Rheic.
O Grupo das Beiras assenta em discordância angular (por levantamento de origem tectónica) a Formação do Quartzito Armoricano, constituída na base por conglomerados quártzicos, passando a quartzitos em bancadas métricas, maciças e a alternâncias de quartzitos em bancadas delgadas, com intercalações metapilíticas. Esta formação tem origem costeira, correspondendo a sedimentos arenosos e areno-argilosos depositados num vasto oceano pouco profundo, resultante de transgressão do Ordovícico, onde a vida proliferou e evoluiu, deixando um registo fóssil que se materializa na Serra do Muradal.
Os paleoclimas e a tectónica foram determinantes na evolução do relevo após o final da Orogenia Varisca.
O aplanamento da cumeada das cristas quartzíticas, como a Serra do Muradal, deveu-se à heterogeneidade litológica das rochas do Soco que sofreram meteorização diferencial, mais acentuada nas áreas plutónicas e xistentas e menos incidente nas formações quartzíticas, dando origem a uma Superfície Gravada, da qual sobressai um relevo em crista tipo “Apalachiano”.
O alinhamento da Serra do Muradal com outras quartzíticas da região deve-se fundamentalmente a fenómenos de deformação tectónica relacionados com a orogenia Varisca.
As Aluviões são pouco significativas em Oleiros, porém destaca-se que no rio Zêzere em Álvaro, foi feita a exploração de estanho as areias do rio, proveniente do desmantelamento de filões de quartzo existentes a montante (de que se destaca a área da Panasqueira).
Informação retirada do trabalho realizado pela ACAFA – Património Geológico de Oleiros: Inventário de Geossítios e Propostas para a sua valorização – Carlos Neto de Carvalho, Joana Rodrigues & Daniel Gonçalves –
Relevo e Solo -Geomorfologia
O concelho de Oleiros apresenta alguma variabilidade em termos de altitude, associada a vales de cursos de água com maior expressão no concelho, nomeadamente o rio Zêzere e a ribeira de Oleiros e uma situação pontual localizada a Sul, nomeadamente a Serra do Cabeço Rainha.
O ponto mais alto do concelho de Oleiros atinge os 1084m de altitude no Cabeço Rainha e a cota mínima atinge os 301m no Rio Zêzere.
A paisagem da região é caracterizada pelo limite entre a Cordilheira Central Ibérica, onde se elevam montanhas de xisto segundo uma estrutura tectónica do tipo pop-up, de blocos paralelos alinhados segundo SO-NE , como a Serra do Cabeço Rainha, a Serra de Alvelos, a Serra dos Covões, a Serra do Carujo e a Serra do Caniçal, e a Meseta Meridional.
A sucessão de cristas quartzíticas paralelas e muito escarpadas, fizeram com que a região tenha mantido um certo isolamento, com péssimas vias de comunicação até recentemente.
A quantidade de linhas de água constantes no Índice Hidrográfico permite constatar a importância e densidade da rede de drenagem existente no concelho.
O território em causa possui diversos cursos de água, o que aumenta os teores de humidade ao longo dos respetivos percursos e favorece o desenvolvimento da massa vegetal nas suas margens, promovendo a criação de “corredores” vegetais.
Informação retirada do trabalho realizado pela ACAFA – Património Geológico de Oleiros: Inventário de Geossítios e Propostas para a sua valorização – Carlos Neto de Carvalho, Joana Rodrigues & Daniel Gonçalves –