Durante os dois fins-de-semana em que decorre o III Festival do Cabrito Estonado e do Maranho, quem passar pelo Posto de Turismo Municipal poderá degustar o exclusivo Vinho Calum, o qual, quando servido bem fresco, é um acompanhante de excelência do Cabrito Estonado. Proveniente de uma casta branca, autóctone de Oleiros, as videiras desta casta crescem junto às linhas de água, normalmente trepando por tutores vivos. Considerado um vinho histórico, faz parte do património cultural do concelho e segundo o maior especialista português em Enologia, o professor Virgílio Loureiro, “o facto das videiras serem de pé-franco e crescerem, como lianas, em cima das árvores (enforcado) transporta-nos, de imediato, para um período (muito) anterior à filoxera.
Por outro lado, as videiras são plantadas junto às linhas de água, ao contrário do que é norma nas vinhas modernas mas a exemplo do que acontece com as videiras silvestres, que são plantas tipicamente ripícolas. Por esta razão terão resistido à filoxera”. A origem desta casta perdeu-se no tempo e há quem defenda que tenha sido trazida para Oleiros pelos Celtas. Outros, avançam ainda que tenha sido introduzida por monges, supostamente os habitantes do mosteiro que existia na freguesia de Mosteiro (Oleiros).
Actualmente, a produção do vinho está confinada a pouco mais de uma dezena de agricultores, os quais utilizam sistemas de vinificação muito diversificados. Este produto tradicional de Oleiros foi perdurando no tempo, representando nos dias de hoje um raro nicho de mercado, nem sempre fácil de encontrar. Assim, se nunca provou este vinho, venha até ao Posto de Turismo de Oleiros, nos dias 16, 17, 23 e 24 de Abril e aproveite para o degustar.