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Vinho Calum poderá ser classificado como Vinho Histórico

O Professor Doutor Virgílio Loureiro, um conceituado investigador do Instituto Superior de Agronomia considerado actualmente como um dos maiores vultos da Enologia, está interessado em divulgar o Vinho Calum, o qual provém de uma casta autóctone do concelho de Oleiros. Segundo o investigador, o Vinho Calum poderá inserir-se na categoria dos Vinhos Históricos Portugueses, tal como o vinho de talha (divulgado pelos romanos há cerca de 2000 anos) ou os vinhos cisterciencienses, colares, dos Açores e Verde de enforcado. O facto de “as videiras serem de pé -franco e crescerem, como lianas, em cima das árvores (enforcado) transporta-nos de imediato, para um período anterior à filoxera. Por outro lado, as videiras são plantadas junto às linhas de água, ao contrário do que é norma nas vinhas modernas, e por esta razão terão resistido à filoxera”.  Com o interesse do Professor Virgílio Loureiro o Vinho Calum ganha assim um embaixador de peso e como resultado, no passado dia 3 de Dezembro, em Vila de Frades (Vidigueira), no âmbito de um encontro da Associação dos Vinhos Históricos de Portugal, o vinho de Oleiros teve honras de destaque.

Recorde-se que a Associação dos Vinhos Históricos de Portugal pretende acima de tudo preservar a tradição enóloga, ao mesmo tempo que potencia eventuais candidaturas a fundos comunitários para modernizar as estruturas de distribuição. Segundo aquela Associação, “estes são vinhos de qualidade reconhecida que não possuem canais de distribuição adequados para os fazer chegar aos consumidores”. Por outro lado “o mercado está a criar apetência para este tipo de produtos com técnicas ancestrais e um carácter muito forte. Este é um produto importante para a cultura portuguesa, possuindo técnicas de produção muito antigas, sendo considerado nalguns casos um artigo biológico”.

O Professor Virgílio Loureiro referiu ainda que os Vinhos Históricos “representam técnicas de cultivo, vinificação e de produção que correspondem a momentos históricos específicos das regiões e do país. Situando-se no interface entre a Cultura e a Agricultura, estes representam também a nossa memória colectiva civilizacional mas toda esta tradição está em vias de extinção”.

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