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Zêzere valorizado em Cambas

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O Ateliê do Zêzere, realizado no passado sábado, dia 28, na freguesia de Cambas, comprovou ser uma atividade de interesse elevado e valorizadora dos ativos patrimoniais do território.

Esta iniciou-se na Pisoria, com vistas privilegiadas para a Serra da Estrela, onde nasce aquele que é o 2.º maior rio português e teve direito a explicação dos aspetos geomorfológicos mais relevantes pela geóloga Joana de Castro Rodrigues.

Dali partiu o passeio pedestre interativo pelo futuro Trilho do Bonfim.

De realçar o notável envolvimento da comunidade local que recriou várias atividades como a pastorícia, o linho, a carpintaria, a lavagem de roupa na fonte, as histórias e lendas populares, a resinagem ou a lavoura, não faltando um pitoresco reforço alimentar a meio.

Chegados ao rio, os participantes puderam atravessá-lo de barco, numa experiência bastante diferenciadora.

De seguida, foi ainda possível visitar a antiga Igreja Matriz e o seu surpreendente e valioso espólio.

O garimpo do ouro no rio (a cargo de Joana Rodrigues); os geomonumentos do Geopark Naturtejo (com a chancela da UNESCO), como os Meandros “câmbios” do rio (e a sua relação com o topónimo da freguesia) e a Garganta do Zêzere (em Admoço); a espécie que se relaciona com o nome do rio (Prunus lusitanica); a Grande Rota do Zêzere; o artesanato local (com a Arte Sem Stress); os desportos náuticos; a pesca (com as redes, as pachecas e a tarrafa) e o pescado; foram alguns dos aspetos abordados durante uma jornada bastante rica, não deixando ninguém indiferente e elevando o interesse da ação.

E se neste Ateliê a Cultura esteve em alta, a Gastronomia não ficou atrás e foi abordada a utilização do pescado na alimentação, desde a mais tradicional à mais sofisticada.

Assim, como aperitivo e numa lógica gourmet, o chef Leonel Barata apresentou algumas conservas de peixe do rio, por si “amanhadas” de um modo que foi muito apreciado.

Nesta degustação não faltou o Achigã no Forno, a Carpa Grelhada, o Escabeche de Lúcio Perca, o Patê de peixe do rio e as conservas de filete dos peixes já mencionados.

Após o almoço de convívio, cuja ementa incluiu sopa de peixe e peixe frito com arroz de tomate, os participantes, 185 no total, continuaram pela praia fluvial de Cambas, onde puderam assistir à recriação histórica “O antigo quotidiano nas margens do rio, o ancoradouro de Viriato e o porto d´abrigo lusitano”, a cargo da Companhia de Teatro Viv´Arte.

No final foi ainda possível andar de kayak e petiscar peixe frito do rio e broa “triga-milha”, em jeito de merenda.

As experiências oferecidas durante a jornada foram uma constante e a satisfação do público foi geral.

A organização, a cargo do Município de Oleiros e da Junta de Freguesia de Cambas, tendo como parceiro o Grupo Desportivo Recreativo e Cultural da Pisoria e contando com o apoio do Geopark Naturtejo, foi enaltecida pelos participantes (muitos dos quais vindos de fora), tendo referido que esta era uma experiência a repetir, num território surpreendente, com gentes encantadoras e uma organização de excelência.

A região saiu enriquecida, os ativos da freguesia valorizados e o envolvimento da comunidade local foi notável, sendo outro dos aspetos mais enaltecidos.

Recorde-se que a atividade se inseriu no âmbito da iniciativa municipal “Dez Freguesias, Dez Experiências”, enquadrada no projeto intermunicipal Beira Baixa Cultural, sendo este o quarto de dez ateliês temáticos de cultura e gastronomia que o município tem previstos até ao final de 2019. O próximo ateliê está agendado para o dia 3 de novembro, será dedicado ao Medronho e ocorrerá na freguesia de Madeirã.

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